Hey Hachi,
Não sabia muito bem o que postar aqui, mas apetecia-me postar. Então olha fui ter com o nosso José Régio. O poeta doido, o vitral e santa morta é mais uma daquelas preciosidades que ele nos deixou, sem esquecer claro o "poema do silêncio" ou "cântico negro". Ao pesquisar pelo poema descobri também que o Manoel de Oliveira já fez um filme relacionado com este poema. Não sei precisar datas ou o trailer, se alguém souber não se faça rogado.
O POETA DOIDO, O VITRAL E A SANTA MORTA, de José Régio
Era uma vez um Poeta
Que vivia num Castelo,
Num Castelo abandonado,
Povoado só de medos...
- Um Castelo com portões que nunca abriam,
E outros que abriam sem ninguém os ir abrir,
E onde os ventos dominavam,
E donde os corvos saíam,
Para almoços
Que faziam
De mendigos que caíam lá nos fossos...
Havia no Castelo, ao fim dum corredor,
(Um corredor grande, grande,
Frio, frio,
Como abóbadas sonoras como poços)
Um vitral.
Era um vitral singular...
E é bem verdade que ninguém sabia
O que ele ali fazia,
ao fim daquele corredor,
Naquela parede ao fundo,
Aquele vitral baço e quase já sem cor.
Nem o Poeta o sabia...
Nem o Poeta o sabia,
Muito embora noite e dia
Meditasse
No vitral quase sem cor
Que estava pr'ali na sombra
Do fundo do corredor -
Com ar de quem aguardasse...
Quando, a meio da noite, o Poeta acordava,
Levantava-se e, até dia, delirava.
Era a hora do Medo...
E passeava, delirando, pelos longos corredores,
Descia as escadarias,
Corria as salas.
Sob os seus pés, as sombras deslizavam.
Pelos recantos, os fantasmas encolhiam-se.
E, devagar, bem devagar, no escuro,
Portões abriam-se, e fechavam-se, e gritavam sem rumor.
O Poeta só parava
Diante do tal vitral,
Ao fim do tal corredor...
E sonhava.
Sonhava que, para lá
Daqueles doirados velhos,
Daqueles roxos mordidos,
Que morriam
Sobre o fundo espesso e negro,
Havia...
Mas que haveria?
Qualquer coisa bem ao perto
Que o chamava de tão longe...!
E, mudo, ali ficava até ser dia,
Enquanto os ventos, lá fora,
Fingiam mortos a rir...
Enquanto as sombras passavam...
Enquanto os portões rodavam,
Sem ninguém os ir abrir!
Mas, um dia,
- Eis, ao menos, o que dizem -
O Poeta endoideceu.
E, fosse Deus que o chamasse
Ou o Diabo que lhe deu,
(Não sei...)
Sei que uma noite, a horas desconformes,
O Doido alevantou-se nu e lívido,
Com os cabelos soltos e revoltos,
A boca imóvel como as das estátuas,
Os olhos fixos, sonâmbulos, enormes...
Pegou do archote,
Desceu, escada a escada, a muda escadaria,
Seguiu pelo corredor.
Em derredor,
As sombras doidas esvoaçavam contra os muros.
Lá muito longe, o vento era um gemido que morria...
Ao fim do tal corredor,
Havia
O tal vitral.
E, de golpe,
Como dum voo em linha recta,
O Poeta-Doido ergueu-se contra ele,
Direito como uma seta...
A cabeça ficou dentro,
O corpo ficou de fora...
E os verdes, os lilases, os vermelhos da vidraça
Laivaram-se de sangue que manava,
E que fazia,
Nas lájeas do corredor,
Um rio que não secava...
Mas, no instante em que morria,
Abrindo os olhos,
- Olhos de tentação divina e demoníaca -
O Poeta pôde ver
.... E viu:
Viu que, por trás do vitral baço, havia
Um nicho feito no muro.
Dentro, iluminando o escuro,
De pé sobre tesoiros e tesoiros,
Estava
Certo cadáver duma Santa
Que fora embalsamada há muitos séculos...
E a Santa, que o esperava,
Despertou,
E, sorrindo-lhe e curvando-se, beijou
A cabeça degolada.
Nana
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Não resisti!!!
Hey Nana!
Pode dizer-se que a senhora é viciante. Simplesmente não resisti. Haja alguém que ainda faça pop de qualidade.
Nana
Pode dizer-se que a senhora é viciante. Simplesmente não resisti. Haja alguém que ainda faça pop de qualidade.
Nana
sábado, 21 de novembro de 2009
Desejos!
Hi ladie!!!1
Este post será curto e grosso!
Serve única e exclusivamente para eu expressar dois desejos:
QUERO A COMIDA DA MINHA MAE!
QUERO PÃO AO QUAL POSSA CHAMAR PÃO, pãooooooo!
Tenho-o dito!
Nana
Este post será curto e grosso!
Serve única e exclusivamente para eu expressar dois desejos:
QUERO A COMIDA DA MINHA MAE!
QUERO PÃO AO QUAL POSSA CHAMAR PÃO, pãooooooo!
Tenho-o dito!
Nana
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Como fazer bento~
Hey Nana!
Descobri esta senhora no youtube faz pouco tempo, e não podia deixar de apresentar aqui uma das minhas marcas. JAPÃO.
Fiquei a saber que comida japonesa não é muito mais diferente da nossa, pode até estar mais cheia de nutrientes do que a nossa.
Diverte-te, e tenta fazer algumas destas coisinhas um dia.
Hachi.
Descobri esta senhora no youtube faz pouco tempo, e não podia deixar de apresentar aqui uma das minhas marcas. JAPÃO.
Fiquei a saber que comida japonesa não é muito mais diferente da nossa, pode até estar mais cheia de nutrientes do que a nossa.
Diverte-te, e tenta fazer algumas destas coisinhas um dia.
Hachi.
Um sonho
Hey Nana.
Wooh, dois posts seguidos num só dia, estamos a fazer progressos.
Esta noite tive um sonho, depressa peguei no computador e comecei a escrever o que me lembrava, achei-o tão diferente de outros sonhos que costumo ter.
Cá vai:
" -Não te incomoda víveres para sempre? – Perguntei sem vergonha ao homem que acabara de conhecer, apesar do seu aspecto assustados, ostentando uma cicatriz a meio da cara, e da falta de cabelo na sua cabeça, os seu olhos contavam outras histórias, histórias tristes que o faziam parecer um homem meigo com gosto em ajudar os outros.
O homem parou por um segundo, deixando de lado a bandeja onde me trazia um pequeno farnel, pousando-a em cima de um móvel velho do quarto, tão velho quanto esse homem. O mesmo lançou o seu olhar discreto para mim, tentando provavelmente ler o meu rosto, talvez naquele momento a minha expressão denunciava a minha curiosidade, rapidamente, sem o conseguir compreender bem, ele olhou novamente para as tostas em azeite que me trazia e abanou a cabeça.
-Detesto imaginar que vou viver para sempre. – Respondeu ele sem falhar uma única palavra. – Mas não tenho outra opção senão ser imortal.
A sua voz era grave, quase rouca, como que denunciando as centenas de anos vividas falando com esta e outra pessoa, pensando provavelmente no quão insignificantes as suas vidas eram, ou quanta sorte tinham, a minha curiosidade em conhecer um deles não iria parar até estar completamente saciada, e agora que o tinha a minha frente, nem o seu aspecto quase assustador me ia fazer parar. Eram cada vez mais aqueles como ele, que não podiam morrer, que iriam por infinitas vezes ter direito aquilo que um ser humano normal tem direito uma vez na vida. Tinha-se alastrado pelo mundo fora como uma doença, havia até quem lhe chamasse doença, como era mesmo o nome? A Doença do Elixir da Vida. Um pouco pomposo para uma coisa tão disparatada.
-Como vão as pessoas viver daqui para a frente? Quando todos os recursos naturais acabarem? E porque estão vocês a extinguir os não imortais? Vais Matar-me a mim também? – Apesar de ser uma pergunta aterradora, apesar de ser um pensamento aterrador, morrer, a minha voz não tremia nem de entusiasmo nem de medo, era um tom de voz quase neutro, um tom de curiosidade. Por algum motivo aqueles olhos doces não me metiam medo, mas davam-se segurança. Quase podia apostar que aquele homem não era como os recentes imortais, ele tinha anos, séculos, de vida em cima dos seus ombros, era definitivamente uma criatura diferente tanto dos mortais como dos não mortais. Trazendo a bandeja nas suas mãos, pouso-a em cima do meu colo, com um sorriso rasgado nos seus lábios, comecei a pensar que era má ideia fazer-lhe tantas perguntas.
-Come, falamos depois. – Deu por encerrada a conversa, sem mais discussões lancei-me ao pão enquanto ele me deixava sozinha no quarto."
Hachi
Wooh, dois posts seguidos num só dia, estamos a fazer progressos.
Esta noite tive um sonho, depressa peguei no computador e comecei a escrever o que me lembrava, achei-o tão diferente de outros sonhos que costumo ter.
Cá vai:
" -Não te incomoda víveres para sempre? – Perguntei sem vergonha ao homem que acabara de conhecer, apesar do seu aspecto assustados, ostentando uma cicatriz a meio da cara, e da falta de cabelo na sua cabeça, os seu olhos contavam outras histórias, histórias tristes que o faziam parecer um homem meigo com gosto em ajudar os outros.
O homem parou por um segundo, deixando de lado a bandeja onde me trazia um pequeno farnel, pousando-a em cima de um móvel velho do quarto, tão velho quanto esse homem. O mesmo lançou o seu olhar discreto para mim, tentando provavelmente ler o meu rosto, talvez naquele momento a minha expressão denunciava a minha curiosidade, rapidamente, sem o conseguir compreender bem, ele olhou novamente para as tostas em azeite que me trazia e abanou a cabeça.
-Detesto imaginar que vou viver para sempre. – Respondeu ele sem falhar uma única palavra. – Mas não tenho outra opção senão ser imortal.
A sua voz era grave, quase rouca, como que denunciando as centenas de anos vividas falando com esta e outra pessoa, pensando provavelmente no quão insignificantes as suas vidas eram, ou quanta sorte tinham, a minha curiosidade em conhecer um deles não iria parar até estar completamente saciada, e agora que o tinha a minha frente, nem o seu aspecto quase assustador me ia fazer parar. Eram cada vez mais aqueles como ele, que não podiam morrer, que iriam por infinitas vezes ter direito aquilo que um ser humano normal tem direito uma vez na vida. Tinha-se alastrado pelo mundo fora como uma doença, havia até quem lhe chamasse doença, como era mesmo o nome? A Doença do Elixir da Vida. Um pouco pomposo para uma coisa tão disparatada.
-Como vão as pessoas viver daqui para a frente? Quando todos os recursos naturais acabarem? E porque estão vocês a extinguir os não imortais? Vais Matar-me a mim também? – Apesar de ser uma pergunta aterradora, apesar de ser um pensamento aterrador, morrer, a minha voz não tremia nem de entusiasmo nem de medo, era um tom de voz quase neutro, um tom de curiosidade. Por algum motivo aqueles olhos doces não me metiam medo, mas davam-se segurança. Quase podia apostar que aquele homem não era como os recentes imortais, ele tinha anos, séculos, de vida em cima dos seus ombros, era definitivamente uma criatura diferente tanto dos mortais como dos não mortais. Trazendo a bandeja nas suas mãos, pouso-a em cima do meu colo, com um sorriso rasgado nos seus lábios, comecei a pensar que era má ideia fazer-lhe tantas perguntas.
-Come, falamos depois. – Deu por encerrada a conversa, sem mais discussões lancei-me ao pão enquanto ele me deixava sozinha no quarto."
Hachi
Charlotte's Web
Hey Nana.
Teia da Carlota
Não, não falo do filme, nunca vi desconheço como seja, do que fale. Mas penso que está inspirado na historia.
Pronto, basicamente trago uma musica de embalar.
Dorme bem Nana.
Hachi
Teia da Carlota
Não, não falo do filme, nunca vi desconheço como seja, do que fale. Mas penso que está inspirado na historia.
Pronto, basicamente trago uma musica de embalar.
Dorme bem Nana.
Hachi
domingo, 15 de novembro de 2009
Ó cidade chuvosa!
Hey Hachi...
Sabes, desde que estou em Coimbra que tenho mais necessidade de aqui vir. Razões obvias!
Se por um lado esta "vida nova", tem os seus lados bons e tem realmente, por outro vejo-me com saudades das coisas mais "piquenas". Hoje, sinto particular necessidade de sol. Onde está o sol!?!?!?
E eis que a minha alma alentejana surge. Nesta terra variada há sol, mas é um sol sol frio. E passando a pormenores mais práticos, não há sol para estender a roupa. Vai para dois dias que tenho roupa espalhada pelo quarto para secar.
Mudando de assunto. Ontem com o Pâpas, entre os momentos menos sãos, acabámos a ouvir isto. Conclusão: Nostalgia.
NANA
Sabes, desde que estou em Coimbra que tenho mais necessidade de aqui vir. Razões obvias!
Se por um lado esta "vida nova", tem os seus lados bons e tem realmente, por outro vejo-me com saudades das coisas mais "piquenas". Hoje, sinto particular necessidade de sol. Onde está o sol!?!?!?
E eis que a minha alma alentejana surge. Nesta terra variada há sol, mas é um sol sol frio. E passando a pormenores mais práticos, não há sol para estender a roupa. Vai para dois dias que tenho roupa espalhada pelo quarto para secar.
Mudando de assunto. Ontem com o Pâpas, entre os momentos menos sãos, acabámos a ouvir isto. Conclusão: Nostalgia.
NANA
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